A Ilha de Inhaca possui uma rica cultura que reflete a diversidade étnica e histórica da região. A população local é predominantemente de origem bantu, e a cultura é marcada por tradições africanas, influências árabes e coloniais.
Elementos Culturais
Das várias lendas da Ilha, os ilhéus acreditam também na existência de dois tipos de almas. As almas clínicas e familiares. As almas pertencentes ao senhor dos Nhaca, habitam as florestas sagradas, e o seu poder se faz sentir na ilha sob a forma de secas, chuvas e pestes.
As almas familiares (tinguluve), permanecem junta dos vivos no gandzelo, uma árvore de fruto sagrado normalmente representada por um canhoeiro (Sclerocarya caffra), ou uma mafurretra (Trichilla emetica). Esta árvore encontra-se na maioria dos mutis, que são o espaço de habitação da família.
Esta árvore sagrada tom também um significado simbólico. As suas raizes mergulham na terra onde descansam os antepassados e por isso a árvore facilita a ligação com o mundo dos espíritos. As folhas e frutos situam a árvore no espaço aéreo, associado com os ciclos naturais da fecundidade, tempo, prikouças e chuva que, por sua vez, são controlados pelos antepassados.
Apas o chefe de família avo paterno, pai ou filho primogénito tem competência para fazer pedidos e falar com as almas familiares (tinguluve). Estes espíritos recebem notícias de acontecimentos importantes como casamentos, nascimentos, doenças e problemas sociais.
Quando a má sorte ou doença prevalecem os ilhéus recorrem aos curandeiros (nyangas) ou felticeiros (chingomas) da ilha. Estes fazem o diagnóstico e fornecem o tratamento adequado que pode variar desde plantas medicinais a exorcismos,
Uma curandeira utiliza o “mu-Nguni”, a leitura de conchas, pedras e sementes, que serve de meio de comunicação com o mundo dos espíritos, para aspetos relevantes da vida daqueles que a consultam e identificam os seus problemas.